sexta-feira, 16 de outubro de 2009

E eu que não sei amar...


Lembro-me do amor desde quando de pequena. Aquele que sentimos pelo pai, pela mãe. Lembro de viveciar plenamente meu Complexo de Édipo. Lembro-me de sentir amor pelos meus primeiros amiguinhos, como sinto até hoje. Lembro-me dos primeiros namoradinhos de infância, quando eu já dizia que amava. Lembro da adolescência, dos amores platônicos, dos amores neuróticos. Dos amores doentes e dos amores saudáveis. Dos amores possíveis. Dos amores vividos. Já na vida adulta, experimento os amores maduros, os amores projetados, os amores idealizados. Há uma busca pelo amor ideal, pelo amor verdadeiro, pelo amor da vida, pela história de amor. E eu que achei que já havia vivido tantas, descubro agora que não sei amar. Descubro que o que sinto é um prazer egocentrista em ser desejada pelo outro. Descubro que o outro só me importa se está sob meu controle. Descubro que o que quero é posse. E que quando percebo que essa pessoa não é mais minha, puf (!), acaba o falso amor. Frustro-me ao pensar que meus sofrimentos em minhas histórias amorosas foram meros frutos de sentimentos mesquinhos. Decepciono-me comigo mesma ao perceber que eu só queria que o mundo, os outros e meus namorados girassem em torno de mim para meu bel prazer. Odeio-me ao projetar a idéia de nunca conseguir aprender a amar. Porque o que eu achava que era amor verdadeiro nunca passou de capricho. Porque toda minha dedicação sempre foi interesseira. E hoje, percebi que não sei o que é amar. Hoje, descobri que nunca amei. E hoje padeço na incerteza de não saber se um dia o saberei. Já que até hoje sei que sinto prazer em odiar e poucos me encantam. Na verdade, me peguei sendo feliz assim... rsrs

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