sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ele...


Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática , e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se está tudo bem, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias , e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
...
Eu te agradeço por esse afastamento lento e gradual e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem. Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão tão previsível que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi. E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos. Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor, seja porque talvez eu, jovem veterana enquanto você "ama-dor".


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desapegar-se



"Que pode ser tão raro, que não pode ser incluso na lista dos “Desapegos”?"

- É o fluxo da vida e nada posso fazer para impedi-lo ou retardá-lo.
Permito-me passar o tempo necessário de “luto” pelos finais e mudanças que ocorrem.
É preciso sentir a dor do fim para iniciar em outro caminho.
Tenho raízes aéreas e entendo que nenhuma pessoa pertence a outra,
e ninguém pertence há somente um lugar no mundo.
Considero-me uma cidadã do mundo, com todo o direito de ir e vir, de seguir em frente e buscar e de voltar atrás quando parece-me apropriado.
Lembro-me com nostalgia de despedidas e finais, mas não me arrependo das escolhas que fiz, nem mesmo das erradas.
Olho para o longo caminho que ainda vou percorrer e sinto um misto de excitação e tranqüilidade.
As oportunidades se apresentam a nós quando estamos prontos para reconhecê-las.


---------- Desapegar-se para seguir em frente ------------
Assim caminha a vida!

domingo, 11 de julho de 2010

Nada




“Um milhão vezes zero é zero.
Ou seja: não coloque sua intensidade onde não tem nada.”

terça-feira, 22 de junho de 2010


Desistir?

Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais certezas nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma"...
(Cora Coralina)

sábado, 5 de junho de 2010

Não Perca o Foco !

Cuidar de si próprio é preservar-se. Preservar-se é não perder o controle. Não perder o controle, é saber a direção. Saber a direção, é manter o foco. Manter o foco é não perder-se. Não perder-se é cuidar de si próprio.


(17/05/2010 ~ 07/06/2010)


domingo, 25 de abril de 2010



Tive que fugir de mim,
sem deixar bilhetes, nem avisos, fugi,
simplesmente uma fuga rápida, de última hora,
sem explicações ou culpas.

Fugi sem pistas,
minha alma ficou à deriva, pediu ajuda,
quis montar equipe de busca,
mas eu fugi sem marcas, não havia jeito.

Tive mesmo que fugir de mim,
sair da vida passante e monótona,
chutar a hipocrisia (foi a solução),
deixei para trás os dias e as horas,
deixei madrugadas de solidão,
deixei a alma trancafiada,
fugi, fugi de verdade,
fugi com vontade.

Uma fuga audaz,
nem eu mesma soube para onde iria,
mas fui e voltei,
para os mesmos dias,
para as mesmas horas,
para a mesma vida,
sem culpas!.
Voltei apenas... da fantasia.


(Tinha isso guardado nos meus arquivos, pena que não me lembro de onde tirei, não coloquei a fonte como de costume. Sei apenas que me vi refletida nisso...)



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Desabafo !







THE END !!!




Já que não tenho o dom de modificar uma pessoa,
vou modificar aquilo que eu posso:
O meu jeito de olhar para ela,
ou deixar de te-la sob meus olhos.
Ah! isso eu posso!

A gente nem sempre encontra quem mereça as nossas palavras,
não admira que custe a encontrar quem mereça o nosso corpo…
Eu sinto que você é a pessoa mais parecida comigo que eu conheço,
só que do lado do avesso.
Tome posse dessa dor que é toda sua.
Até que passe e venha outra mais bonita.
Enfim, me despeço dessa história.

Paty Witch Maeve

segunda-feira, 12 de abril de 2010



"E você continua escrevendo sua história pulando linhas, errando palavras, esquecendo os títulos. E eu continuo escrevendo seu nome com letras cheias, para tentar preencher você de alguma maneira. Pra tentar deixar tangível a sua existência. E principalmente pra poder amassar o papel e jogar no lixo."




sexta-feira, 9 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lição de Casa.

Aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: A dizer "NÃO".
Segundo: A não sentir um pingo de culpa por dizer não. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

segunda-feira, 29 de março de 2010


Quando olhei pra mim, e parei de olhar para os outros, esqueci-me desta idéia ridícula de achar como devo ser.
Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. E fui cuidar do que restava, que é sempre o que se deve fazer e assim, fui sabendo de mim por aquilo que perdia... Agora, um pouco mais dura e menos preocupada em entretecer ternuras... e feliz e isso me basta!

domingo, 28 de março de 2010

O Deus



Eu acredito em Deus.
Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro.
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.
Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não tem trono.
O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras, e nossa penitência é a reflexão.
Ave Maria, Pai Nosso, isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo.
Para o Deus em que acredito só vale o que se está sentindo.
O Deus em que acredito não condena o prazer. Se ele não tem controle sobre enchentes e violência, se não tem controle sobre traficantes, corruptos e vigaristas, se não tem controle sobre a miséria, o câncer e as mágoas, então que Deus seria ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: o lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e se desenvolve livre, se assim o permitirem?
O Deus em que acredito não é tão bonzinho: me castiga e me deixa uns tempos sozinha.
Não me abandona, mas me exige mais do que uma visita à igreja, uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.
A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e tudo se resolve.
Este é o Deus que me acompanha.
Um Deus simples.
Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe-tudo e vê-tudo.
Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: um abraço numa amiga, uma música na hora certa, um silêncio.
É onipresente, mas não onipotente, pois doa seus poderes e não me faz cordeiro.
Meu Deus é humilde.
Não posso imaginar um Deus repressor e um Deus que não sorri.
Quem não te sorri não é cúmplice.
Esse Deus habita em mim, em ti e no todo.
Honre-se!


sábado, 13 de março de 2010

Crônicas e Reflexões

Um corpo cheio sem vazão. Um Che sem Cuba nem revolução, perdida à sorte pelas ditaduras da vida. Um mar bravio de incertezas por dissipar, galgando sombras de um medo incerto. Rindo pra não chorar. Coração à deriva. Escrevendo. Devota de uma fé à muito esquecida ou querendo ser. Ser a que me prendo numa vénia. Vênus de um amante sem amado. Cheia... de amor, pra nada.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ser Mulher...



Somos o sexo belo.

Não precisamos usar gravatas.

Sentar de pernas cruzadas não dói.

Se resolvermos exercer profissões predominantes masculinas, somos pioneiras, eles bichas.

Nossa inteligência é compatível com a de qualquer homem, mas nossa aparência é melhor.

Se matarmos alguém, e provarmos que foi na TPM, é atenuante.

Somos capazes de prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo.

Sempre sabemos onde estão as meias. - Se casarmos com o herdeiro do trono, seremos rainhas.

Somos nós que somos carregadas na noite de núpcias. - Somos nós que decidimos quanto à reprodução.

Sentimos o bebé mexendo.

Amamentamos.

Temos 4 meses de licença maternidade. - Sempre estamos presentes no nascimento dos filhos.

Somos a estrela no casamento. - Alguém já ouviu falar em "muso" inspirador?

Vivemos mais. Somos mais resistentes à dor e às infecções.

Podemos dormir com uma amiga sem ser chamada de lésbica.

Namorado de amiga nossa para nós, é homem. - Não investigamos barulhos suspeitos à noite.

Entendemos as fases da lua, pois tbm temos fases

Somos mais sensíveis.

Temos um dia internacional. - E por último, fazemos tudo que um homem faz, e de salto alto! MARAVILHA!!!

Feliz dia Internacional da Mulher!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Amo-me

Mereço da vida o melhor. Não por ser eu alguém especial pro mundo, mas por ser eu alguém especial pra mim. Por isso me dou de presente a paz, a alegria e o amor. Brindo a mim mesma com o olhar de aprovação pelo que sou.
Eu me amo INTENSAMENTE. Gosto de cada parte de mim, e mesmo assim, sou mais a cada dia. Pode parecer uma incongruência melhorar a medida que passam os anos, mas é assim que acontece comigo. Sou hoje melhor do que ontem e amanhã ainda mais.
Recebo amor onde quer que eu vá. De mim mesma e de quem me rodeia. Carinho, palavras, atitudes estão por toda parte. E são sinceros, sem interesses vinculados ou verdades ocultas. São porque são, porque eu mereço. Porque quem está do meu lado recebe de mim nada menos que isso, nada menos que o melhor de mim; melhor amor, melhor ódio, melhor desprezo. tudo na sua proporção e merecimento.
A vida é assim. Fluxo e refluxo. Quando você está pronto a dar o melhor de si, o mundo se ordena para receber. Equilíbrio. E em cada passo, você recebe o melhor do mundo. Abra o seu coração.
Eu amo a pessoa no espelho. Amo os sinais do tempo e o brilho do olhar. Amo aquela que se constrói a cada dia. Amo minha alma. E o universo me acolhe e conduz.
Minha estrela brilha mais a cada manhã.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quintana

Quantas vezes a gente, em busca de aventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!
[Mario Quintana]